Coração

Profissionais alertam para cuidados nas atividades físicas durante as baixas temperaturas

Ajustes nos horários dos exercícios realizados garantem menos riscos para o coração

Foto: Jô Folha - DP - Atividade fisica é essencial; mas para ser realizada com segurança é necessário estar com exames em dia e controlados

Por Joana Bendjouya


Pessoas que sofrem de problemas no coração precisam de cuidados especiais para a rotina de prática de atividades físicas sempre, mas é no inverno que necessitam de um olhar de atenção para essa rotina. Isso ocorre porque nos dias frios os vasos sanguíneos tendem a ficar naturalmente mais contraídos, o que pode dificultar a circulação do sangue.

Durante a prática dos exercícios, a demanda por oxigênio dos tecidos aumenta, fazendo com que o músculo cardíaco precise trabalhar mais, necessitando assim de um esforço maior para cumprir sua função de maneira adequada, conforme explica a cardiologista Carla Vandame da Silva. ”Com vasos mais estreitos aumenta também a pressão arterial, sobrecarregando ainda mais o coração.” A cardiologista orienta que o ideal é adaptar a rotina para que fique mais agradável e segura, mas que não deixe de realizar a atividade física, pois é de suprema importância para minimizar os efeitos das patologias, inclusive cardíacas.

“O ideal é estar sempre bem agasalhado, para que tenham menor troca de temperatura corporal. Trocar o horário, se logo pela manhã ou final do dia, ficar muito desagradável e a pessoa não sente um bem-estar durante ou após praticar a atividade de costume. É uma questão de ajuste e importante que não pare a atividade por completo, pois as baixas temperaturas acabam desmotivando um pouco e os exercícios são benéficos em todas as circunstâncias, desde que bem orientados, estando contraindicada somente em caso de descompensação clínica ou surgimento de sintomas”, explica a médica, alertando para aquelas pessoas que praticam exercícios sem orientação médica ou por um educador fisico, o que pode ocasionar algum tipo de sobrecarga ou até mesmos trazer mais males que benefícios à saúde, sendo fundamental os praticantes passarem por avaliação médica.

A cardiologista explica ainda que, em dias frios, a fim de minimizar a perda de calor pelo corpo, o organismo sofre um processo chamado vasoconstrição, ou seja, há diminuição de seu diâmetro. “Se temos vasoconstrição, também podemos ter aumento da pressão arterial e aumento do esforço do coração. No inverno pode ocorrer aumento da viscosidade sanguínea por conta da menor ingestão de líquidos. Assim, temos uma situação mais propícia a alterações de coagulação, facilitando a formação de trombos e obstruções”, alerta.

Nesta época do ano, com temperaturas mais baixas, aumentam as chances de desencadear problemas cardíacos, e desta forma o coração trabalha em um ritmo mais acelerado. Por isso é fundamental que se dê atenção aos cuidados e aos ajustes na rotina e nos cuidados aos praticantes de atividades físicas que se exercitam no inverno. É importante saber que, o rosto, as mãos e pés estão entre os mais sensíveis e são sensores de temperaturas. Desta forma, é justamente nestas regiões que devemos nos proteger mais das baixas temperaturas. “No inverno, exercícios físicos são recomendados, mas devem ser feitos com alguns cuidados especiais. Pelas possíveis dificuldades respiratórias das baixas temperaturas e vento frio, recomendamos o aquecimento muscular, intensificando os exercícios de forma progressiva. O ideal também é utilizar as roupas e itens adequados para se proteger da perda rápida de calor que ocorre durante a atividade física, além da ingestão de líquidos”, finaliza Carla.

A cardiologista enfatiza que a atividade física, sob orientação, tem um efeito favorável na redução da pressão arterial, peso corporal e coagulação sanguínea, além de aumentar a capacidade cardiorrespiratória, reduzindo a pressão sanguínea do corpo em repouso, o que diminui o risco do AVC, além da melhora emocional. “Já são conhecidos todos os efeitos psicológicos que a prática de atividade física causa e, no caso destes pacientes, não é diferente. O importante é buscar algo que lhe dê prazer em praticar, para que não desista nem neste período de baixas temperaturas.”

A educadora física Júlia Terra explica que neste período costuma redobrar os cuidados de seus alunos, para que mantenham o bem-estar durante, mas principalmente após a prática. “Costumo propor a adaptação das atividades em horários alternativos, para que esse grupo que não deve, não precisem se expor às baixas temperaturas, assim como as realizem em espaços internos e não ao ar livre. Além disso, costumo aferir pressão antes e após o término das atividades assim como a frequência cardíaca”, orienta.

Para Wolmer Brod Peres, 68, diagnosticado com cardiopatia, há quatro anos é praticante de atividade física, o que tem melhorado muito a sua qualidade de vida e os resultados no tratamento. “Não costumo sentir nenhuma diferença no meu rendimento do inverno para as outras estações, mas já tomo medidas de cuidados previamente, com uso de roupas mais pesadas, costumo sentir mais frio nas extremidades, mas faço uso de toucas, luvas e tênis apropriados. Sigo com as atividades pois vejo a melhora na minha rotina, até a quantidade de remédios que consumo diminuiu”, relata.

Para a prática de exercícios no inverno, Júlia orienta ainda que outros cuidados também são fundamentais para prática nesta época do ano, entre eles começar por um bom aquecimento, respirar corretamente e não descuidar da hidratação. “Antes da prática de qualquer tipo de atividade física, também é fundamental passar por uma avaliação médica, estar com os exames em dia. Com todos estes cuidados é possível acabar com o sedentarismo, cuidar do coração e evitar maiores prejuízos à saúde”, finaliza.

Principais sintomas das doenças cardiovasculares
Muitas vezes não são apresentados sintomas da doença que afeta os vasos sanguíneos. Um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral pode ser o primeiro aviso desta doença, que muitas vezes permanece silenciosa. Os sintomas do ataque cardíaco normalmente incluem:
- dor ou desconforto no centro do peito;
- dor ou desconforto nos braços, ombro esquerdo, cotovelos, mandíbula ou costas.

Além disso, a pessoa pode apresentar dificuldade em respirar ou falta de ar, sensação de enjoo, náuseas e vomito, sensação de desmaio ou tontura, suor frio e palidez.

O diagnóstico precoce de problemas cardiovasculares possibilita melhores tratamentos e controle mais rígido das doenças relacionadas ao coração, que podem se agravar com o passar dos anos se não forem corretamente tratadas.

De acordo com a cardiologista, alguns cuidados referente ao estilo de vida são fundamentais para proteger a saúde e o coração. No entanto, estes fatores podem aumentar o risco para doenças cardíacas:

- Dietas inadequadas
- Sedentarismo
- Obesidade
- Tabagismo, o cigarro é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares
- Consumo de álcool
- Dormir bem
- Controlar o estresse

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